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Artessépticos

A série nasce de uma alquimia inusitada entre antissépticos, cera e grafite. Azul de Metileno, Iodo e Violeta Genciana – remédios de farmácia – se tornam pigmentos e traçam caminhos entre a cura e a criação. Em luto, o artista transforma esses antissépticos em um gesto simbólico. Assim como tratam feridas físicas, aqui cicatrizam ausências, aplicados sobre o papel com delicadeza ritual. O tempo de secagem, de fixação e desbotamento espelha o próprio processo de cura. Com o tempo, as manchas se alteram. As cores perdem força, clareiam e revelam novas formas – paisagens que surgem da névoa, como um renascimento. A impermanência se torna parte essencial de cada obra, em uma dança sutil entre presença e dissolução.

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